Você já ouviu falar de dermatose papulosa nigra? Talvez não, mas já deve ter visto: as pequenas manchas mais escuras do que sardas, em tons de castanho a negro na pele do rosto e pescoço – às vezes também no peito e nas costas – são bastante comuns. As pintas são benignas e não doem, portanto não apresentam risco à saúde. Contudo, podem coçar ou irritar, ou ainda incomodar esteticamente.
Elas começam a surgir como pontinhos escuros, podendo formar lesões maiores ao se juntarem. Podem ser lisas ou se tornar mais volumosos com o tempo. Esta condição ocorre com mais frequência em negros e asiáticos, e menos frequentemente, em outras etnias. Muitas vezes tem origem genética, mas fatores como a exposição ao sol podem antecipar ou acelerar seu surgimento. Algumas pessoas apresentam apenas algumas lesões, enquanto outras podem ter centenas delas.
A dermatose papulosa nigra pode surgir a partir da puberdade, mas é mais frequente com o processo de envelhecimento da pele. Qualquer pessoa pode apresentar as lesões, embora elas sejam mais comuns em peles maduras, negras, morenas e femininas.
Diagnóstico e tratamento
Como a dermatose papulosa nigra é claramente visível e tem padrões de distribuição típicos, o diagnóstico geralmente é feito pelo dermatologista por exame clínico. Em caso de dúvida diagnóstica, uma biópsia pode ser feita para descartar outros tipos de lesões. Para evitar que a dermatose papulosa nigra aumente, é recomendado evitar a exposição solar sem proteção, com filtro solar de fator de proteção adequado e reaplicação a cada 3h.
O paciente deve ter em mente que muitas vezes é preferível focar na redução e suavização das pintas, em vez da total remoção. Afinal, a dermatose papulosa nigra ocorre com mais frequência em peles morenas, que apresentam maior risco de desenvolver problemas de pigmentação (clareamento ou escurecimento da pele) e cicatrizes após o tratamento. O dermatologista é o médico especialista que avalia caso a caso a melhor abordagem.
Entre as opções de tratamento para dermatose papulosa nigra são remoção com tesoura cirúrgica ou bisturi, crioterapia com nitrogênio líquido, eletrocoagulação, curetagem, dermoabrasão, cauterização química ou remoção a laser. A abordagem mais adequada pode variar em função do tipo de pele, tentando evitar o desenvolvimento de cicatrizes e manchas.